terça-feira, 14 de maio de 2013

Castle , Land, e Legend of Illusion: Uma Trilogia quase perfeita.

Uma Trilogia quase perfeita se não fosse pelo...




Ressaltar a criatividade da Sega na década de 90 e chover no molhado , a softhouse parecia inesgotável na inovação, e se dava o luxo de descartar muitas delas, e veio a pagar caro com isso mais tarde, mas isso é outra historia.



Castle Of Illusion:

Antes mesmo do sucesso de Sonic e sua mecânica simples e criativa a Sega ja tinha mostrado algo realmente interessante usando como base um personagem conhecido de terceiros , nada menos que Mickey Mouse. A formula de Castle Of Illusion Master System é realmente interessante e poderia ter sido usada em um personagem de autoria própria e não da Disney , mas por algum motivo a Sega decidiu ceder este capricho ao famoso e carismático ratinho perdendo a grande oportunidade de criar uma franquia própria ao invés de prender a formula a uma grande mascote de Hollywood.



Diferente dos jogos tradicionais onde basicamente se pulava em cima dos inimigos para mata-los em Castle Of Illusion o esquema é um pouco mais complexo , o personagem vem dotado de um pulo simples para transpor obstáculos onde se por ventura pousar sobre um inimigo perde energia , para eliminar o adversário é necessário que o jogador aperte o botão de ação no ar para que o ratinho caia em posição de desferir uma violenta "bundada" , que se segurado poder se conseguir uma sequencia sobre 2 o 3 inimigos quicando sobre eles, mesmo botão que em solo serve para erguer objetos como pedras , baus e barris , este ultimo sempre tem uma finalidade extra dando ao titulo uma ação mais cadenciada com puzzles rápidos deixando o jogo menos banal que os tradicionais o colocando em destaque no gênero.  Estes barris podem ser usados como peso em cima de algum dispositivo que abre uma porta, ou simplesmente como plataforma para se alcançar lugares mais altos, de forma totalmente original Mickey carrega o objeto sobre os ombros sem esforço podendo se locomover e saltar sem alterações na sua dinâmica , tudo sem a necessidade de se segurar nenhum botão deixando o jogador livre para pensar, assim cada item encontrado pode servir como arma para atingir inimigos a distancia de forma segura, incluindo os baus contendo itens revigorantes e vida.



Dois ports saíram na época , um para MegaDrive e o outro para o Master System, e de forma supreedente o console de 8 Bits desbanca o de 16 quando o Mega traz uma versão totalmente diferente na maneira de jogar levando a crer que este tenha sido concebido primeiro ou então tenha sido produzido por outro grupo paralelamente. Começando pelas portas inciais com a três fazes do primeiro andar do castelo onde no Mega não é possível se escolher qual vai primeiro , diferente do Master onde o jogador faz sua estrategia.

Castle Of Illusion MegaDrive , exceto pelos gráficos o jogo se mostra bem inferior tecnicamente em relação ao port para MasterSystem 

Mais a frente a diferença fica gritante pela jogabilidade mais obvia com um personagem que atira projeteis contra os inimigos deixando de lado por completo os itens "transportáveis", com uma jogabilidade lenta onde o Mickey esta em um ritmo bem mais devagar eu diria que esta versão é totalmente frustrante , salva guarda pelos gráficos e mais nada, ainda sim prefiro a fisionomia do ratinho 8 bits.

Feição mais "ajaponesada" na versão Mega.

No Master Mickey claramente recebera uma atenção maior onde mesmo com poucos recursos o jogo se mostra bastante elaborado , não só mecanicamente como cenários inimigos e layout de energia , vida e pontuação. Alem de pedras escondidas que dão acesso a ultima fase ,Mickey começa com uma barra de 3 estrelas como barra de energia ,com uma margem para mais duas que serão adquiridas pelo jogador no decorrer da jornada.

O jogo é simplesmente viciante com chefes de fases criativos e com uma dificuldade em cima de forma a não desmotivar o jogador , a trilha sonora pode ter seu baixos mas na maioria do tempo é impecável assim como o conjunto a volta , alias o som em geral o chamado FX se mostra infinitamente mais moderno que a versão Mega.


Land of Illusion:

Se o primeiro ja era bom a Sega conseguiu faze-lo ainda melhor , dois anos mais tarde o jogo volta trazendo exatamente a mesma formula , Mickey é basicamente o mesmo , ja todo o contexto a sua volta foi refinado de forma magnifica tirando mais do que o console poderia dar. A começar pela historia mais elaborada o que é visível logo na abertura com uma musica marcante.

Gráficos um pouco alem da geração , os mais bonitos da serie.

Logo depois um pequeno mapa com vários lugarejos em forma de ícone ja  vem atiçando a curiosidade do jogador , algo que era sempre uma atrativo a mais nos jogos da época , um mapa . No lugar do castelo de poucas portas Mickey tem agora mais do que o dobro de estágios  , cada qual com vários segredos a serem desvendados, tornando a jogatina mais duradoura e divertida . O jogo agora assume de vez o estilo RPG, um pouco no formato Mosnter World ou Super Metroide onde e necessário aprender novas técnicas, mas ainda sim de forma descontraída como no anterior.

É possível dar final mais fácil deixando de lado os segredos, mas para o bom jogador este titulo agrada justamente pelo mistério que ronda cada fase. Se no anterior nosso herói começava com três estrelas e com duas escondidas a serem encontradas completando cinco , agora Mickey começa com apenas duas e com mais quatorze a serem encontradas.

Agora os textos são mais frequentes tendo em vista o novo perfil do jogo , uma pouco mais RPG.

Nosso avatar fica mais hábil ao adquiri novos itens mágicos que dão a ele novas capacidades como ficar na metade do tamanho encolhendo de forma a poder passar pelas fendas espalhadas pelo jogo , ou escalar paredes verticais de qualquer cenário como um legitimo alpinista. Ao contrario do primeiro jogo onde Mickey nadava por curtos espaços, agora mergulhar faz parte do espirito explorador do ratinho , uma barra de folego aparece em cenários submersos que agora são mais comuns que antes, dando ao jogador um tempo considerável para resolver o que for preciso em baixo da água , mas sem fazer muita "hora", é preciso retornar a superfície de tempos e tempos renovando a barrar de ar usando a também nova capacidade de boiar onde não é preciso a interversão constante nos controles.



É visivelmente notado o acabamento superior de Land Of Illusion em comparação ao Castle , cada cenário mais cativante que o outro com ambientações simples mas muito bem trabalhadas com uma harmonia perfeita com o protagonista Disney coisa que as vezes escapava um pouco no anterior , as cores e animações são simplesmente perfeitas em tudo, sendo aceitáveis ate hoje duas décadas depois, a concepção simples é objetiva ainda é bem atual, as vezes fica difícil entender o porque de não relançarem este como fazem com tantos outros nas distribuição digital.

A serie agora traz um rico mapa ilustrado.

Os sons do jogo estão os mesmos , já eram ótimos diga-se de passagem , bem melhores que a versão MegaDrive que tinha um FX arcaico, muito aquém da capacidade real do 16 bits SEGA , facilmente notado no som do pulo, Land Of Illusion preserva com sabedoria o melhor do Castle e aprimora ainda mais na questão das musicas que agora estão bem mais envolventes , uma das trilhas mais bem elaboradas da geração traduzindo perfeitamente o tema de cada cenário.

Em um dado momento Land Of Illusion remete ao esquema de portas de Castle Of Illusion.

Aladdin , Quack shot, Fantasia , nada disso, o melhor jogo de todos os tempos com um personagem Disney se chama Land Of Illusion. ate mesmo porque nenhum destes recebera a atenção que este épico dos 8 Bits recebeu, um jogo que envolve raciocínio a curto e longo prazo dando ao jogador a liberdade de ir e voltar quando quiser podendo investigar mais a fundo algo que ficou para trás , com pequenas reviravoltas Mickey sempre revela novas opções do começo ai fim fazendo que o jogo nunca caia no tédio pois não é um titulo a onde apenas se passa de fases.


Legend of Illusion:

Nem Castle , nem Land... Legend Of Illusion que era pra ser o fechamento de uma trilogia não se parece com nenhum dos dois anteriores , o que era pra ser o fechamento da geração com chave de ouro, não foi, nem chega perto de seus predecessores , mexeram de mais onde não deviam , descaracterizando um pouco a formula inicial lançada em Castle , pouco mas o suficiente para perder muito a graça. A começar pela pratica e original "bundada" de Mickey que não existe mais , foi substituída por umas bolotas verdes que Mickey atira, bem parecida com as maçãs da versão Mega de Castle  , nem da pra saber direito se é um limão ou uma semente , pular nos inimigos agora ? sem chance. O característico layout da serie com uma barra de energia constituída de grandes estrelas vermelhas também se foi. Não a porque também, ja não é mais preciso procurar por elas ,pois o jogo agora não esconde mais nada , nada de mistério ou enigmas como uma passagem secreta na piramide de Land onde o jogador era obrigado a voltar na mesma fase duas vezes para encontrar um item magico vital para progressão.

Tela reduzida em função de uma exportação mal feita.

Legend ate tem uma mapa parecido com o de Land mas sem interatividade nenhuma , esta la por caráter ilustrativo e mais nada , o jogador não pode traçar planos pois não tem influencia, a característica de RPG se perdeu por completo, um verdadeiro retrocesso.

As cores ja não são as mesmas , o trabalho feito na concepção de cenários é bem fraco , salva guarda em alguns momentos que são ate interessantes como as casas estilo alemãs da primeira fase junto a um jogo de luz interessante que vai mudando com o tempo, clariando gradativamente , mas nada alem disso. Não se ve mais cenários que se estendem para cima revelando itens escondidos , ate os baus invisíveis tiraram.

Cenários na maior parte bem menos atraentes que os jogos anteriores.

Muitas das deficiências e mudanças de Legend são em função da versão Master ser um port do Game gear, ainda sim o portátil da Sega ja havia recebido adaptações bem robustas dos títulos anteriores, tirando as características da serie para o portátil como o life de bolotas vermelhas e a tela reduzida, no resto Legend of Illusion é de fato um jogo fraco , infelizmente.



A tela mal enquadrada incomoda de mais , mas nada pior que a trilha sonora e a jogabilidade que ficou bem mais estupida irritando o jogador , durante as fases ela não compromete muito pois o desafio é uma baba, só que parece que decidiram contrabalancear a facilidade nos chefes que ao contraio das fases são um porre.

O ponto frágil de cada um deles é muito difícil de se deduzir pois saem da tradição do jogo, a brecha dada para o ataque é minima onde a jogabilidade dura de Legend entra pra estressar o jogador , os chefes são deveras chatos assim como algumas fases malucas sem pé nem cabeça como uma onde se corre para a direita sempre passando por terra e água  matando cactos e tubarões.



Um esquema com cinco slots onde os itens encontrados vão se acumulando apareceu como grande novidade em relação aos anteriores , mas ate o final do jogo não vi justificativa nenha pra eles estarem la, irrelevantes.
Os baus de itens por fora estão iguais mas os itens mudaram muito , e a maioria não se sabe pra que serve ao certo. algumas engenhocas como imãs e dispositivos que ligam e desligam blocos apareceram mas apenas como tentativa de se destacarem dos outros títulos pois o funcionamento é o mesmo, os inimigos são realmente fracos em todos os sentidos  , talvez o ponto mais negativo de todos que retrata a falta de carisma e criatividade deste titulo.




Eu recomendo que deixe este ultimo de fora pra quem deseja experimentar a serie , ou então jogue ele primeiro antes do Castle e do land, mas ainda sim acho que você corre um serio risco de pegar uma certa antipatia a serie fazendo isso.


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