sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Limbo: clássico indie





Nem tudo esta perdido , parece que finalmente as pessoas sacaram que os videogames nunca foram apenas gráficos e sim algo mais profundo e inteligente que nos fazia agir e pensar curto e a longo praso, e ate mesmo rir, coisa que veio a se perder com a chegada do 3D e a baixa exigência do publico jovem e seus megas CPUs ganhados no natal , a coisa meio que descambou pra um lado tipo "o meu roda o seu não" com jogos fúteis baseando em apenas estética e mais nada.

A geração FPS é um retrocesso! as pessoas se acostumaram engolir um "jogo" de gráficos e sons espetaculares enquanto a mecânica fundamental da coisa é basicamente um arrastar de mouse com um clic na cabeça de um vietnamita qualquer, começamos a confundir as coisas e perdemos o discernimento.
Mas parece que muita gente não aderiu a essa casualidade que beira a estupidez  , uma sequencia de jogos denominados Indies fora literalmente despejados no mercado, "Independent video games"  ou jogos independentes parecem que vieram para reconectar algumas sinapses atrofiadas depois de tanta facilidade.
O jogos desse gênero procuram resgatar a essência do video game dos tempos de Another World e FlashBack trazendo de volta aquela cadencia necessária entre uma parada e outra valorizando a ação que é mais dosada e por consequência menos banal e entediante.

Closure , Bastion, Superbrothers, são muitos que poderiam render vários posts , algum deles ainda vão gerar mais "matérias" por aqui(Isso não foi uma promessa), mas o que me chamou a atenção mesmo foi o de nome Limbo.




Este  trás de volta a jogabilidade 2D que voltou a moda recentemente (como em jogos como Street Fighter 4 e um pouco antes com a Capcom em Mega Man X8 2004), mas o que chama mais a atenção no Limbo são os gráficos em silhueta usando como base duas cores e variações de tons das mesmas , mostrando que não é necessário muita coisa quando se é criativo.

Apenas duas cores e muita criatividade são o suficiente para se fazer um dos mais belos gráficos da historia.

Apesar do personagem mostrar uma aparência caricata clássica no jogos Japoneses Limbo vem com um clima levemente pesado que lembra de longe a atmosfera de Silent Hill, a forma com que tudo acontece tambem remete ao jogo da konami, logo na entrada se nota uma imagem tremula e granulada como se fosse um filme antigo projetado na parede , junto com um chiado suave completando a proposta solitária.

Isso não significa um jogo de gráficos pobres , de forma alguma, mesmo trabalhando com duas cores ele trás um dos mais belos gráficos da historia com uma profundidade magnifica quase destacada como no efeito óculos 3D ,gerada através de um belo efeito defocus, é impossível imaginar limbo de outra forma que não seja em preto e branco.

A jogabilidade é ótima, tudo como manda o figurino dos antigos side-scrollings, exceto pela física presente em cada pedacinho do jogo, dos objetos arremessados  aos miúdos do seu avatar sendo impiedosamente destrinchados por uma serra, nada de tão crave que fizesse este titulo merecer a classificação de "Animated Blood Mild Violence" como foi feito, no mais o jogo tem uma resposta bem complacente com o jogador deixando a dificuldade real para os quebras cabeças (puzzles) que vai botar pra correr 9 de cada 10 especialistas de Black Ops.

Efeitos sonoros são um dos destaques do jogo...

Não podia deixar de falar do som, um dos mais competentes que ja escutei , é quase como se os ruídos viessem de fato de cada objeto tamanha sincronia e afinidade entre um e outro, imergindo o jogador ainda mais no conjunto que apesar de parecer com Silent Hill não é carregado na depressão claustrofóbica do mesmo , pelo contrario o ar obscuro solitário de limbo chega  a ser relaxante e ate aconchegante fazendo o tempo voar sem que se perceba, eu que o diga.


Sem um dialogo se quer , nem mesmo escritos pelos cenários limbo é um jogo universal que vem para mostrar mais uma vez que o abandono do Side-Scrolling foi um erro, o estilo que consagrou jogos como Casttlevania e Sonic ainda era viável quando decidiram encosta-lo em meados da década de 90.

Sensação de solidão mas sem medo.

Este clássico atual deve ser encarado por "profissionais" de verdade pois tem puzzles complicados que merecem uma certa dedicação e uma boa dose de perseverança para desvendar os embrolhos descabelantes, é importante que raciocínio venha de você pois do contrario não terá graça, somente andando com as próprias pernas você tera a satisfação final da vitoria podendo dizer "eu consegui". , apesar da dificuldade Limbo não é estressante quando se morre, não é do tipo que se perde tudo , as vidas são infinitas e tem sempre um checkpoint antecedendo uma morte, e rapidamente seu personagem é reposto te instigando a "chutar" e sempre fazer diferente, resista aos detonados e principalmente ao YouTube que assim você ira extrair o máximo dessa jornada fabulosa e cativante do garotinho solitário em busca de sua irmãzinha.

A minha teoria sobre a historia é a seguinte:

Atenção , contem revelações. se ainda não jogou não leia.

Depois do acidente o garotinho morre ou entra em coma deixando dor e saudade principalmente em sua irmãzinha, seu espirito acorda em um lugar na fronteira da vida e da morte, angustiado o garotinho busca reaver sua irmã a qualquer custo vagando pelo desconhecido.

Todo o cenário e seus habitantes representam os medos dele em vida ou fatos importantes como vidro estilhaçando que representa o para-brisa do carro do qual ele foi arremessado. ha uma forte menção a uma fabrica madeireira durante toda a jornada , provavelmente uma vida sofrida de constantes mudanças que fica evidente ao destaque dado ao letreiro em neon "hotel" ,o que reforçaria a ligação forte entre os dois em uma vida complicada.

Em fim seu espirito chega próximo a sua irmã que esta triste brincando na areia sob a casa da arvore onde eles tiveram raros momentos felizes , logo que ele se aproxima ela ergue a cabeça subitamente sentindo a presença de seu espirito.


PGC




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